Meu irmão quando pequeno pegava uma lupa colocava entre o sol e a formiga pra ela queimar e morrer.
Eu achava aquilo assombroso.
Meu irmão tem olho verde.
A cena piorava.
Eu sempre fui a tapadinha.
Meu irmão era o máximo!
Ainda é.
Rápido pra pegar as coisas, fuça, descobre, fez medicina na Unicamp, ganha bem e tem a vida do jeito que ele programa.
Me espanta esse domínio.
Tenho um jeito estranho de pensar.
Confesso aqui.
Pra mim as coisas são funcionais.
Seja o que seja.
O fio dental, o chá, o cinzeiro, o pensamento, a amizade, a paixão, o filho, o palito de sorvete.
As coisas existem pra funcionar, de algum jeito.
Difícil pra mim entender uma saia que suba com o vento, ou o grampeador que não grampeia a última folha. A mãe que pragueja o filho, a pessoa que detesta a vida, a relação entre duas pessoas que se gostam e não acontece.
A saia é pra cobrir, o grampeador pra grampear, só é mãe quem tem filho, quem não quer viver morre, gente que se gosta se junta.
Queria saber a função das formigas que tenho em casa.
Fazem formigueiro em banana, avançam em resto de água, sobem na pimenta, na tábua de cortar, no varal.
Não me faz sentido nenhum.
A não ser detestá-las.
Me falta a lupa.
E o olho verde pra cena ficar pior.
Continuo lenta.
Um comentário:
"A saia é pra cobrir, o grampeador pra grampear, só é mãe quem tem filho, quem não quer viver morre, gente que se gosta se junta."
MUITO BOM!!!! uahuahuahau
TB quero uma lupa! Vamos exterminar as formigas... da minha casa e da sua... rsrs
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