quinta-feira, 30 de abril de 2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

encontro

Gostaria de escrever algo sobre essa sensação do encontro.
Gostaria de tocar com alguma letra aquele espaço do organismo que é mexido e movimentado quando há o instante.
Que carrega o pensamento e a sensação, o desejo. Mexe no atrevimento, na falta de senso, no irresponsável, no que está depois e entorno.
Ele, o e não um, te faz o encontro com a você que você tem de melhor.
Te faz mergulhar no seu próprio universo, no que ficou, no que está, no que precisa que seja.
E é rápido, vai passar. Páro de escrever para nadar.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

domingo, 5 de abril de 2009

hoje é dela


Não gostou de esperar.
Fiz esse pedido de aguarde na segunda-feira.
Na quinta recebo a notícia hospital, internada, uti, pressão lá em cima.
Quarto 201 como o apartamento que vivo. Ufa.
Dia dela.
Ela, minha mãe, são várias.
Não tenho cacife pra todas, escolho uma.
A que escreve. A que compõe. São a mesma.
Não posso dizer que as conheço realmente, nenhuma das duas.
Posso falar que estiveram e permanecem comigo desde que não me lembro.
Fico apavorada.
Isso nada tem a ver com a mãe do dia-a-dia, uma chatice.
Essas que permanecem são doídas, de fisgadas, daquele amor visceral que não acha espaço no corpo, daquele tipo de amor que não se aguenta pensar, que faz parte daquela parte da vida que só dá pra viver.
É antes de mim.
Elas fizeram minha construção toda.
Me salvaram. Fizeram de mim maior do que poderia.
Outras pessoas me contruiram, ela me rascunhou, ilimitou.
Não poderia ser outra você, vocês.
Não há como me pensar sem o colo, a liberdade, os beijos, mordidas, bichos, costumes, o jeito de fazer, a falta do jeito, o medo da chuva e a lembrança de quando ameaçava me comer como um porquinho.
Minha mãe é maior do que pode.
Ela precisa de Marte, da população extra-terrestre.
Deixou a música. Acho que a escrita também.
Foi pro hospital. Pra UTI. Hipertensão, talvez coração, talvez dessa dor que faz parte daquela parte da vida que só dá pra viver.
Você é tudo que faço, tudo que escrevo, tudo que gosta, que não, que te aflige, que te espanta.
Essencialmente sou maior do que sou.
A culpa, sempre da mãe.

sábado, 4 de abril de 2009

cansa, não enfraquece

Começo com um pão de queijo pra conseguir emagrecer.
São cinco e meia da manhã.
Ontem a noite fiquei na cama lendo. Há mais ou menos 1 ano e meio que não faço isso.
Nesse último ano não passava da metade da primeira página.
Em qualquer tentativa. Manhã, tarde ou noite.
Tentei os contos.
Poemas. As notícias.
As orelhas dos livros até que andaram. Duas noites e fechado!
O mal dessa mãe é além do sobrepeso, ler deitada.
Não posso entender a mesa na leitura.
Meu umbigo precisa estar pro céu. E pra terra logo depois, bruços.
É assim.
Barriga pra cima, ler.
Pra baixo, mais meia página, fecho olho e orelha.
Esse livro de ontem tem agora 1 mês. Como esse escrito.
Nunca mais abri.
Nenhum.
Há tempo.
Tenho a paciência do permanente.
Enquanto isso tenho comigo a melhor história, que acompanhei desde o rascunho.
Há mais ou menos 1 ano e meio.