sexta-feira, 20 de julho de 2012

de 2004

Caio presa um laço solto me cerca os dentes meus olhos caem soluçam surge de dentro do peito um grito imagem sem som a cor quente vida perco as nuances um total ao meu redor dentro de mim explodindo o seio construindo listras de espessura magra grande profundidade indo e vindo como em respiração lançando longe preenchendo espaço sugando matéria viva em equilíbrio desconstrói perco a última sombra deitada ao pé que já não pisa recolhido ao centro que não é referência apenas parte e parte em mim.


A cada dia tenho um pouco mais de vida dentro do meu corpo e meu corpo cada vez é menos como fosse maior que toque afogando a matéria crua alimentada outra coisa que não menos terra menos eu aqui passando menos pegar menos um certo o sem pergunta não deixo que me tirem que me tragam de volta sou assim indo quase sem marca quase sem nada levando vivo vertigem vivo a quase loucura tenho dor sorrio em tristeza me despeço sangro o claro se põe espia o fogo o que fica o que queima que é.


Sigo seca sonho água luto vento faço terra e me assombro com o sabor suspendo a frase surpreendo a fase tiro o laço que me travou solto as mãos que me apóiam salto ao mar chamo um nome transpiro a falta que mantém vazia o calor que estremece um corpo que nada pensa que quase tenso mente tira trai serrando a perna sorrindo calmo relendo o texto que é você seu corpo seu pensamento perto pensado longe seguro o medo de me calar de me ouvir de te escutar de mascarar a ânsia de restaurar a mansa passagem do grito que segue som que quer ser mais pede chega ou pede a volta quer imagem e também não quer.