Eu já falei aqui uma vez sobre a maior graça que me segue.
O encontro.
Pessoas de um dia, desconhecidos na rua, colegas, amigos, irmãos, amores.
Chegam como se não houvesse outro caminho, como se sempre nos tivéssemos.
Em encontros eu encontro o meu lugar.
Ali que eu respiro.
O que me constrói.
Me amontoando do que posso pegar.
Nada em mim é meu.
Sou o encontro que tivemos.
Serei outra em nosso próximo.
Dentro disso meu afeto mais pequeninho e maior.
O presente de ser mãe.
É amor que me devora.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
E corre por aí que eu sei certo zum-zum
De encontros e conversas que tenho tido com alguns amigos tenho percebido umas coisas.
Eu tenho a vantagem de quem não estuda.
De quem pouco leu.
Não sabendo nada de jung, freud, heidegger, racionalismo, pragmatismo, filosofia analítica ou da libertação eu tenho sempre a sensação de descoberta, da idéia fresca que tive hoje.
Vou mudar a música.
Em alguns momentos que estou em vida, sinto um vazio de arrebentar.
Às vezes mesmo acompanhada de uma pessoa que amo mais que a mim mesma.
A falta desesperada de alguma coisa que não sei fazer o que, nem pra onde ir.
Tenho visto o panorama.
Junto as impressões, falas, e o que não se fala.
Talvez algo da idade.
Talvez proximidade do fim disso tudo.
Meus amigos podem negar.
Eu reconheço meu vazio neles quando o olhar se perde, quando o assunto desanda, quando percebo que não posso preencher o desejo do encanto, que nosso papo é um tempo de espera.
Não sei se na adolescência e pouco depois dela a gente se preenchia mesmo tanto da gente ou se fingíamos melhor.
Porque eu não lembro dessa imagem que vejo agora.
Eu lembro do prazer que tinha por estar sozinha.
As possibilidades, as possibilidades de tudo me alimentavam, me envenenavam.
Ainda sinto assim.
Ainda penso.
Leva tempo voltar a sentir as coisas que pensa.
Ainda acho fascinante a possibilidade do que não senti.
Mas eu quero falar pros meus amigos.
Em tom de verdade.
A gente deseja por faixas.
A gente se carrega pra um mesmo vazio, de faixas também.
A gente precisa conseguir individualizar nosso buraco.
Eu, como em oração, diária, pego me lembrando que a possibilidade de encontro é tão grande e variada que não há permissão pra além do que me faça bem.
Debilitada que sou e estou um pouco mais.
Não é hora de bancar um natimorto.
São tantas combinações possíveis que a gente pode selecionar o fazer bem como quesito.
Um simples fazer bem de alimentar e alimentar-se.
De ver um trajeto que te fascine entrar.
Que flua. Que corra.
E que aquele caso que te fez doer e levou o palavrão com ele,
Foi também vítima da projeção, da expectativa.
Que o pobre tinha a vida de um dia, uma semana ou pouco mais.
E eles avisam.
A gente que tapa o ouvido, olha pro lado, cantarola e faz de conta que É ESSE!
E mesmo a falta de troca não é sempre um desagrado intencional.
Eu mesma que me prometo não fazer mal a ninguém que me deseje bem, às vezes ainda me pego em silêncio a alguém que precisa de uma resposta que só eu posso dar.
E sou cuidadosa.
As coisas acontecem quando acontecem.
Meu texto deve causar um vazio de doer nos meus amigos.
Espero que seja da faixa.
O vazio de tanta gente.
Do texto também.
Também me coloco na torcida para que não seja o fim disso aqui que eu gosto tanto.
Mesmo infestado de desencontro.
Eu tenho a vantagem de quem não estuda.
De quem pouco leu.
Não sabendo nada de jung, freud, heidegger, racionalismo, pragmatismo, filosofia analítica ou da libertação eu tenho sempre a sensação de descoberta, da idéia fresca que tive hoje.
Vou mudar a música.
Em alguns momentos que estou em vida, sinto um vazio de arrebentar.
Às vezes mesmo acompanhada de uma pessoa que amo mais que a mim mesma.
A falta desesperada de alguma coisa que não sei fazer o que, nem pra onde ir.
Tenho visto o panorama.
Junto as impressões, falas, e o que não se fala.
Talvez algo da idade.
Talvez proximidade do fim disso tudo.
Meus amigos podem negar.
Eu reconheço meu vazio neles quando o olhar se perde, quando o assunto desanda, quando percebo que não posso preencher o desejo do encanto, que nosso papo é um tempo de espera.
Não sei se na adolescência e pouco depois dela a gente se preenchia mesmo tanto da gente ou se fingíamos melhor.
Porque eu não lembro dessa imagem que vejo agora.
Eu lembro do prazer que tinha por estar sozinha.
As possibilidades, as possibilidades de tudo me alimentavam, me envenenavam.
Ainda sinto assim.
Ainda penso.
Leva tempo voltar a sentir as coisas que pensa.
Ainda acho fascinante a possibilidade do que não senti.
Mas eu quero falar pros meus amigos.
Em tom de verdade.
A gente deseja por faixas.
A gente se carrega pra um mesmo vazio, de faixas também.
A gente precisa conseguir individualizar nosso buraco.
Eu, como em oração, diária, pego me lembrando que a possibilidade de encontro é tão grande e variada que não há permissão pra além do que me faça bem.
Debilitada que sou e estou um pouco mais.
Não é hora de bancar um natimorto.
São tantas combinações possíveis que a gente pode selecionar o fazer bem como quesito.
Um simples fazer bem de alimentar e alimentar-se.
De ver um trajeto que te fascine entrar.
Que flua. Que corra.
E que aquele caso que te fez doer e levou o palavrão com ele,
Foi também vítima da projeção, da expectativa.
Que o pobre tinha a vida de um dia, uma semana ou pouco mais.
E eles avisam.
A gente que tapa o ouvido, olha pro lado, cantarola e faz de conta que É ESSE!
E mesmo a falta de troca não é sempre um desagrado intencional.
Eu mesma que me prometo não fazer mal a ninguém que me deseje bem, às vezes ainda me pego em silêncio a alguém que precisa de uma resposta que só eu posso dar.
E sou cuidadosa.
As coisas acontecem quando acontecem.
Meu texto deve causar um vazio de doer nos meus amigos.
Espero que seja da faixa.
O vazio de tanta gente.
Do texto também.
Também me coloco na torcida para que não seja o fim disso aqui que eu gosto tanto.
Mesmo infestado de desencontro.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Pepe Le Gambá e a Gata Penélope
Esses dias, em um trabalho, entrevistei algumas pessoas.
Em uma das perguntas pedia suas expectativas mais sinceras.
Dizendo "mesmo sem som, só mexa a boca".
A minha procura mais profunda (possível) é na gentileza e no que é sincero.
O pouco do que acredito.
Pessoal, profissional, artístico, político e social.
Claro, eu não entendo nada de nada.
Sou uma achista convicta.
Reduzo ao que posso.
Tento alguma consistência no material debilitado que tenho.
A sinceridade é caminho que persigo.
Escrevendo eu percebo o que é e o que não.
Tenho pose. Fragilidade. Quero ser especial.
Me distancio do que procuro pra ser aceita.
A sinceridade vem com tudo.
Assusta.
A gente. O outro.
Eu a persigo como àquele amante mais amado, mais difícil, e um tanto perverso.
Vivo também atrás da gentileza.
Como o gambá da gata.
Não acredito na rispidez.
Não acredito na cobrança.
Não acredito no jogo entre pessoas.
Não acredito em mentir sobre o que sinto.
Não acredito na crueldade.
Não acredito na perda.
Não acredito no fim.
Não acredito no investimento.
Não acredito na resposta de mesmo tom.
Essas descrenças sinceras me vieram dela.
Eu não sou sempre gentil.
Nem sempre sincera.
Mas também não acredito em grande parte de mim.
Em uma das perguntas pedia suas expectativas mais sinceras.
Dizendo "mesmo sem som, só mexa a boca".
A minha procura mais profunda (possível) é na gentileza e no que é sincero.
O pouco do que acredito.
Pessoal, profissional, artístico, político e social.
Claro, eu não entendo nada de nada.
Sou uma achista convicta.
Reduzo ao que posso.
Tento alguma consistência no material debilitado que tenho.
A sinceridade é caminho que persigo.
Escrevendo eu percebo o que é e o que não.
Tenho pose. Fragilidade. Quero ser especial.
Me distancio do que procuro pra ser aceita.
A sinceridade vem com tudo.
Assusta.
A gente. O outro.
Eu a persigo como àquele amante mais amado, mais difícil, e um tanto perverso.
Vivo também atrás da gentileza.
Como o gambá da gata.
Não acredito na rispidez.
Não acredito na cobrança.
Não acredito no jogo entre pessoas.
Não acredito em mentir sobre o que sinto.
Não acredito na crueldade.
Não acredito na perda.
Não acredito no fim.
Não acredito no investimento.
Não acredito na resposta de mesmo tom.
Essas descrenças sinceras me vieram dela.
Eu não sou sempre gentil.
Nem sempre sincera.
Mas também não acredito em grande parte de mim.
minha máxima produção na madrugada
É delicioso pensar e perceber que ninguém, seja quem for, ninguém vive como mito.
sábado, 22 de agosto de 2009
Eu boot
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Possível...
Encontrar, ser encontrado.
Que o encontro não seja bobo, triste, nem estabanado.
E de carinho.
De fome.
Fome encorpada.
Alimentada.
Com vontade de estar e estender.
Das palavras escolhidas e entregues, letra por letra.
Ter a confiança, tranquilidade, o sorriso.
E reconhecer no adeus doce o até breve.
Que o encontro não seja bobo, triste, nem estabanado.
E de carinho.
De fome.
Fome encorpada.
Alimentada.
Com vontade de estar e estender.
Das palavras escolhidas e entregues, letra por letra.
Ter a confiança, tranquilidade, o sorriso.
E reconhecer no adeus doce o até breve.
Enxergo onde quero ir
Tenho uma sensação de futuro esmagadora.
Como se tivesse alguns dias para chegar a ele. Ele a mim.
Nesse curto tempo tenho uma infinidade de coisas a manejar.
Urgência de um fôlego só.
O que não estiver feito não estará.
E preciso correr para todos os lados que tenho.
Carregar esses lugares com minha cara que vejo que vou ter.
Encerrar o que preciso.
Levar comigo o essencial, o imprescindível e fazer todas as aberturas possíveis.
Tenho a imagem de ser invadida inteira, de todas as maneiras.
Sentir o momento inconfundível da passagem.
Em verdade a estréia é pra já.
Como se tivesse alguns dias para chegar a ele. Ele a mim.
Nesse curto tempo tenho uma infinidade de coisas a manejar.
Urgência de um fôlego só.
O que não estiver feito não estará.
E preciso correr para todos os lados que tenho.
Carregar esses lugares com minha cara que vejo que vou ter.
Encerrar o que preciso.
Levar comigo o essencial, o imprescindível e fazer todas as aberturas possíveis.
Tenho a imagem de ser invadida inteira, de todas as maneiras.
Sentir o momento inconfundível da passagem.
Em verdade a estréia é pra já.
domingo, 9 de agosto de 2009
Lima
Foi meu tempo/limite quando fui.
Apesar da incerteza da sensação de estar longe do meu ninho, agora com filhote.
Estava enjaulada em mim há algum tempo.
A partida e a sensação de caminho, uma das melhores.
Primeira parada de encontros marcados, projetos e outra partida já fechada.
Fácil.
A sensação não se perde, estou em passagem.
Chegada de expectativa, projeção e ansiedade que tinha em ser tudo lindo e diferente do que sentia há pouco.
E sabia que era tudo que ela queria me dar.
Ela e todos que fazem ela.
No caminho com Lyda, Chicho e Lu soube que era pra valer.
O cheiro que senti da cidade foi definitivo.
Lembro da sensação fresca do primeiro bar.
Muito extranho que não voltei lá depois.
O sabor do cebiche era de fazer chorar.
E a cerveja a melhor que já tomei.
Em Barranco que era bonito de doer.
Lima entrou dentro de mim.
Um mês foram três.
Primeira semana de workshop diário e Barranco em la Noche.
Uma intensidade de assustar.
Eu, guardada pra dentro, tive que encontrar um alargamento de fazer doer a pele.
Gritei de dor.
Fazia falta o colo que posso dar.
Meu ninho chegou.
Com ele meu peso no chão.
Tinha agora alguma referência, como se me lembrasse do que era feita.
Um mês eram três.
Fomos atrás do sol, passeio na chuva que não cai, os parques de cocôs que não secam, o malecón como companhia de todos os dias, ruínas, et's, comida, comida, comida, comida.
Amigos de anos em dias.
Rafa, Cynthia, Joelle, Yuko, Anuschie, Juan K, Didi, Lolo, Meli, Anna, Sofia, Selma.
Família de sempre que encontrei agora.
Abue, Marita, Oscar Pai, Oscar Kid, Lyda, Gabriel, Gonzalo, Sophi, Érica, Oscar, MariaPia, Merijana.
Entreguei meu filhote pra voar sem mim.
Uma vez mais.
Não sabia saber o que podia ser depois dali.
E foi o riso dele que ficou em mim.
Nas noites pouco dormidas, nas conversas de nós duas enroscadas, no telefone que me acordava antes da hora, na noite de idas e voltas de pé gelado, no café da manhã do Yasu, na Jardineira de sapatos velhos e um novo de acariciar, no convívio com de tudo um pouco que era muito e nunca demais, nas broncas cheias de amor e intimidade na casa de Miraflores, nas histórias entusiasmadas da casa de Surco da infância que vivo agora, no encontro com todos os carros que não eram aquele, na música brasileira que ensaiei todos os dias no malecón, no barco de 5 soles do sapo verde, na despedida rápida de um encontro bonito com quem não sabe terminar, no caminho de volta com suco, riso e a programação de dias.
A maior imagem que trouxe.
Comida, riso e a vontade enorme de se estar junto, com prazer.
Sem preço ou economia.
Um mês foram três.
Lu sempre soube dar os melhores presentes.
Ela e todos que fazem ela.
De Lima só é possível voltar bem alimentada.
Apesar da incerteza da sensação de estar longe do meu ninho, agora com filhote.
Estava enjaulada em mim há algum tempo.
A partida e a sensação de caminho, uma das melhores.
Primeira parada de encontros marcados, projetos e outra partida já fechada.
Fácil.
A sensação não se perde, estou em passagem.
Chegada de expectativa, projeção e ansiedade que tinha em ser tudo lindo e diferente do que sentia há pouco.
E sabia que era tudo que ela queria me dar.
Ela e todos que fazem ela.
No caminho com Lyda, Chicho e Lu soube que era pra valer.
O cheiro que senti da cidade foi definitivo.
Lembro da sensação fresca do primeiro bar.
Muito extranho que não voltei lá depois.
O sabor do cebiche era de fazer chorar.
E a cerveja a melhor que já tomei.
Em Barranco que era bonito de doer.
Lima entrou dentro de mim.
Um mês foram três.
Primeira semana de workshop diário e Barranco em la Noche.
Uma intensidade de assustar.
Eu, guardada pra dentro, tive que encontrar um alargamento de fazer doer a pele.
Gritei de dor.
Fazia falta o colo que posso dar.
Meu ninho chegou.
Com ele meu peso no chão.
Tinha agora alguma referência, como se me lembrasse do que era feita.
Um mês eram três.
Fomos atrás do sol, passeio na chuva que não cai, os parques de cocôs que não secam, o malecón como companhia de todos os dias, ruínas, et's, comida, comida, comida, comida.
Amigos de anos em dias.
Rafa, Cynthia, Joelle, Yuko, Anuschie, Juan K, Didi, Lolo, Meli, Anna, Sofia, Selma.
Família de sempre que encontrei agora.
Abue, Marita, Oscar Pai, Oscar Kid, Lyda, Gabriel, Gonzalo, Sophi, Érica, Oscar, MariaPia, Merijana.
Entreguei meu filhote pra voar sem mim.
Uma vez mais.
Não sabia saber o que podia ser depois dali.
E foi o riso dele que ficou em mim.
Nas noites pouco dormidas, nas conversas de nós duas enroscadas, no telefone que me acordava antes da hora, na noite de idas e voltas de pé gelado, no café da manhã do Yasu, na Jardineira de sapatos velhos e um novo de acariciar, no convívio com de tudo um pouco que era muito e nunca demais, nas broncas cheias de amor e intimidade na casa de Miraflores, nas histórias entusiasmadas da casa de Surco da infância que vivo agora, no encontro com todos os carros que não eram aquele, na música brasileira que ensaiei todos os dias no malecón, no barco de 5 soles do sapo verde, na despedida rápida de um encontro bonito com quem não sabe terminar, no caminho de volta com suco, riso e a programação de dias.
A maior imagem que trouxe.
Comida, riso e a vontade enorme de se estar junto, com prazer.
Sem preço ou economia.
Um mês foram três.
Lu sempre soube dar os melhores presentes.
Ela e todos que fazem ela.
De Lima só é possível voltar bem alimentada.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
ausência
Na próxima semana volto pra casa.
Deixo um beijo em cada um e agradeço os e-mais e comentários.
Deixo um beijo em cada um e agradeço os e-mais e comentários.
Assinar:
Postagens (Atom)