Tenho receio de me proteger demais
E medo de me abrir além do que posso
É assim
Escancaro, recolho
Mas tem jeito não
Quando encontra motivo a gente se abre todo
Vê aquela belezinha de causa que te ri
E vai até não saber mais por onde entrou
Se perde todo por lá
Esquece um bocado de coisa sua,
Traz uma porção nova,
Fica nessa misturada toda
Em brincadeira de combinação
Me esquenta a variedade possível,
As possibilidades que têm ali,
Mexo na cor, testo o encaixe, viro um tanto pra lá, pelo outro lado
Monto, desmancho
Riso bobo todo o dia
Às vezes se descobre que um desses amontoados não cabe em lugar nenhum
Por mais que tenha cara e jeito do que te serve
Fica sem entender
Depois de insistir muito nas tentativas
Com algumas peças já quebradas no esforço
Que machucam
Sem saber brincar, a gente devolve
E aí a cara não fica tão boa
A diversão já não funciona
A vontade é de bater pé
Às vezes bate
Com a experiência que tiver
E chega uma hora que a gente só se retoma
Puxa de volta o que não pode mais dar
Se recolhe
Sem brinquedo
Uns arranhões
Sensação de incompetência
Riso frouxo todo o dia
Querendo escancarar
É assim
Um comentário:
Como é que a gente faz para crescer Maricota? Te amo, Tatoca
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