domingo, 31 de janeiro de 2010

besta é tu, besta é tu

O carioca tem mesmo que ser o brasileiro que todo o mundo conhece e vê na tevê.
Gente protagonista que é.
Quase vomito na festa que bate quando Rio.
Na van com laço rosa na cabeça, seus sessenta e a companhia da mãe, provável, que não estranha o laço na cor máxima. Diz da "gringaiada" que a cidade aloca.
Alto e rasgado vira pra trás perguntando se só gringo tem ali. Reconhece e alivia: ahhh, só carioca...eu, que há nove anos, convivo com o inglês que se fala com quem o sol não pega e o reconhecimento do erre que não consegui rasgar, comemoro enfim o direito de ser um deles. Mas então o olho volta rápido e me aponta: ahhh, tem uma ali...
Nunca, nunca o carioca se engana.
Cor, salto e espalhamento.
Pode ser que não digna de "aahhh, só carioca", aprendi a me espalhar, me reconheci na esparramação e no espaço de rir alto sem constranger e acabar o riso.
De qualquer forma me sinto em preto e branco no vermelho carioca da unha do pé ao cabelo amarelo ainda que seja preto.
Me desleixo no excesso de roupa que carioca não engole, nem deixa de comentar.
Me culpo detestar o sol que faz brilho no Cristo que vê.
Constrangimento na pouca ida à areia que mostra que o Rio é mesmo mar.

Quando criança pedia pra minha mãe falar francês pra eu dormir.
Não conhecia ainda o erre e o x do esse que embala querendo que o ouvido não feche.

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