quinta-feira, 25 de junho de 2009

Minha criança anda insegura.
Sono leve e quebrado.
Me pede pra estar até que não me precise.

Com meu descanso de três horas por noite,
Há tempos,
Choro.

Peço que durma,
Que se tranquilize,
Estou aqui ao lado, filho.

Tem um olhar cada vez mais triste,
Geme,
Se estica, me pede.

Embaralhada no meu sono,
Trago foco.

Consigo enxergar.
E reconheço.

Reconheço o gemido que saiu dali.

Páro de falar, acordo,
Puxo ele pra mim.
Apertado no meu peito.

A mão mínima me faz carinho pra que eu não fuja.
O olho cai desesperado, não aguenta mais.

Eu compartilho, compartilho, penso.
Dou meu colo sem moeda, sem prazo,
Pode dormir em mim.

E me lembro de um momento longe,
Que vi meu peito afundar de saudade,
Faltando o pedaço que só na minha criança encontro.

O colo dado é também o que recebe.

Obrigada, meu filho, pelo colo que me dá.


3 comentários:

Rachel Souza disse...

Ah...quase chorei

Marina disse...

chorei...
sei exatemente o q essas palavras querem dizer... vc tem o dom da palavra minha amiga

Poesia a Metro disse...

Queria deixar um comentário.. longo, esticado, lento.

Um recado pra falar disso, de você, da beleza, mesmo que eu ainda não-mãe, seja ainda não-colo.

Pensei em escrever um poema. Desisti. Aqui é instatâneo, é ágil, são meus dedos sem volta no teclado.

Será que cabe nas minhas frases a Mari que tenho dentro de mim?

Não.

Em lugar nenhum.

É enorme, e linda.

Um beijo.. saudades..
Julia