sexta-feira, 19 de junho de 2009

A que se pode chegar

Em entrega de todo o mecanismo que tive
Resolvi me fazer acesso com o que guardei de uma vez

Estranho que o movimento se carrega de último
Como se um espaço que corro para abrir não se aguentasse em buraco
A possibilidade fosse então uma só.

Me visto aos poucos de um outro abrigo
Me preparo com todas as pontas que encontro
Rezo, sem saber, a escolha de cada pé

Dentro do medo que achei no pacote
Vejo que arranco, pulo pra cima de mim
Me tapo inteira do que me previnia

Entro na luta com quem me chama à dança
Um pequeno reconhecimento faz saber deixar a pá

Me lança a curva para que me alargue em direção ao que me traz limite
A boca é instrumento de corte(sia)

Me entranho no desequilíbrio da suspeita
Percorrida na borracha que me enterra em som

Tento afogar a base seca de cascas
Naufrágio talvez que me salve de entupir o vão

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