domingo, 13 de dezembro de 2009

morre bebê de Helena e Marcos

Vivo encontrando notícia dessa sobre gente que não conheço e sem sobrenome.

Essa história de saber de coisas assim de gente que não sabe quem...
No facebook sinto que estou por engano.
Alguém diz: e nosso ano novo?
Não é comigo, não é.
Fica ali, como se fosse.
E sei das respostas.
Por que sei das respostas?

Uma diz que vai pra aula de street dance, outro que dormiu o dia todo.
Eu, como na janela, atrás do vidro sujo ou fumê.

Não sei, só me sinto íntima do que tenho intimidade.

Um dia, lembro das coisas não pelo que lembro, lembro da sensação forte.
De novo, um dia, um ex-namorado foi me buscar no teatro, e ficamos conversando dentro do carro, no estacionamento.
Ele tinha uma cara e jeito de quando a gente tem algo novo e parece demente.
Ele dizia sobre voyeurismo.
Não sabia o que era.
Me contou. Explicou.
Disse que umas pessoas fazem algo assim.
Gostam de olhar a intimidade de outras.
E fazia bem pra esse que olhava.
Disse mais uma quantidade de coisas, gostava de falar.

Não sei fazer como se não descobrisse.
Quando conheço o que não conheci me apavoro.
Não enxergo mais, não escuto, tropeço as palavras.
Páro de aprender.

O limite que tenho é um dado novo.

Como o dia que o professor na pós, de novo, na pós, disse que podia ser que o giz caísse ou o chão subisse.
Gargalhei.
Ninguêm riu. Olharam pra mim.
Ninguém se assustou.
Ri mais.
Não podia continuar ali.
Pedi pra sair.

Lá no carro não ouvi mais.
Nem tinha o que perguntar.
Além dali.

Pedi pra irmos prum café.
Bem cheio de gente.

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