domingo, 9 de agosto de 2009

Lima

Foi meu tempo/limite quando fui.
Apesar da incerteza da sensação de estar longe do meu ninho, agora com filhote.

Estava enjaulada em mim há algum tempo.

A partida e a sensação de caminho, uma das melhores.
Primeira parada de encontros marcados, projetos e outra partida já fechada.
Fácil.
A sensação não se perde, estou em passagem.

Chegada de expectativa, projeção e ansiedade que tinha em ser tudo lindo e diferente do que sentia há pouco.
E sabia que era tudo que ela queria me dar.
Ela e todos que fazem ela.

No caminho com Lyda, Chicho e Lu soube que era pra valer.
O cheiro que senti da cidade foi definitivo.
Lembro da sensação fresca do primeiro bar.
Muito extranho que não voltei lá depois.
O sabor do cebiche era de fazer chorar.
E a cerveja a melhor que já tomei.
Em Barranco que era bonito de doer.
Lima entrou dentro de mim.
Um mês foram três.

Primeira semana de workshop diário e Barranco em la Noche.
Uma intensidade de assustar.
Eu, guardada pra dentro, tive que encontrar um alargamento de fazer doer a pele.

Gritei de dor.
Fazia falta o colo que posso dar.

Meu ninho chegou.
Com ele meu peso no chão.
Tinha agora alguma referência, como se me lembrasse do que era feita.
Um mês eram três.

Fomos atrás do sol, passeio na chuva que não cai, os parques de cocôs que não secam, o malecón como companhia de todos os dias, ruínas, et's, comida, comida, comida, comida.
Amigos de anos em dias.
Rafa, Cynthia, Joelle, Yuko, Anuschie, Juan K, Didi, Lolo, Meli, Anna, Sofia, Selma.
Família de sempre que encontrei agora.
Abue, Marita, Oscar Pai, Oscar Kid, Lyda, Gabriel, Gonzalo, Sophi, Érica, Oscar, MariaPia, Merijana.

Entreguei meu filhote pra voar sem mim.
Uma vez mais.
Não sabia saber o que podia ser depois dali.

E foi o riso dele que ficou em mim.

Nas noites pouco dormidas, nas conversas de nós duas enroscadas, no telefone que me acordava antes da hora, na noite de idas e voltas de pé gelado, no café da manhã do Yasu, na Jardineira de sapatos velhos e um novo de acariciar, no convívio com de tudo um pouco que era muito e nunca demais, nas broncas cheias de amor e intimidade na casa de Miraflores, nas histórias entusiasmadas da casa de Surco da infância que vivo agora, no encontro com todos os carros que não eram aquele, na música brasileira que ensaiei todos os dias no malecón, no barco de 5 soles do sapo verde, na despedida rápida de um encontro bonito com quem não sabe terminar, no caminho de volta com suco, riso e a programação de dias.

A maior imagem que trouxe.
Comida, riso e a vontade enorme de se estar junto, com prazer.
Sem preço ou economia.

Um mês foram três.
Lu sempre soube dar os melhores presentes.
Ela e todos que fazem ela.

De Lima só é possível voltar bem alimentada.

3 comentários:

Rob disse...

Bem-vinda de volta!

Oscar disse...

Lima ROCKS!
Mari Voce Teim Que Voltar!!!!
beijos

José Aguiar disse...

Lima que nos perdoe, mas queremos você por aqui. Por perto!