terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pepe Le Gambá e a Gata Penélope

Esses dias, em um trabalho, entrevistei algumas pessoas.
Em uma das perguntas pedia suas expectativas mais sinceras.
Dizendo "mesmo sem som, só mexa a boca".

A minha procura mais profunda (possível) é na gentileza e no que é sincero.
O pouco do que acredito.
Pessoal, profissional, artístico, político e social.

Claro, eu não entendo nada de nada.
Sou uma achista convicta.
Reduzo ao que posso.

Tento alguma consistência no material debilitado que tenho.

A sinceridade é caminho que persigo.
Escrevendo eu percebo o que é e o que não.
Tenho pose. Fragilidade. Quero ser especial.
Me distancio do que procuro pra ser aceita.

A sinceridade vem com tudo.

Assusta.
A gente. O outro.
Eu a persigo como àquele amante mais amado, mais difícil, e um tanto perverso.

Vivo também atrás da gentileza.
Como o gambá da gata.

Não acredito na rispidez.
Não acredito na cobrança.
Não acredito no jogo entre pessoas.
Não acredito em mentir sobre o que sinto.
Não acredito na crueldade.
Não acredito na perda.
Não acredito no fim.
Não acredito no investimento.
Não acredito na resposta de mesmo tom.

Essas descrenças sinceras me vieram dela.

Eu não sou sempre gentil.
Nem sempre sincera.

Mas também não acredito em grande parte de mim.

2 comentários:

tainah disse...

Deve ser porque meu simples que tocar o dos outros, o teu...

lindo esse texto novo! obrigada por partilhar suas crenças e descrenças que parecem tão próximas...


saudade!

mariah disse...

Que baita texto! Lotado de idéias paradoxais.A gente fica sem saber se vai prá lá ou prá cá. Se acredita ou não acredita. Bjs