sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

sem nada melhor a dizer


Tendo um filho pequeno, de 11 meses, passei por alguns momentos diferentes que me deram uma mesma sensação.
É maravilhoso perceber que ele é diferente de tudo que adquirimos.
Portas, apartamento, carro, bolsa, roupa, avental, lençol, tesoura.
Tudo, tudo que adquirimos acumula marcas e acaba.
Dancei no pensamento.
Meu filho faz também esse caminho.
Não quero abrir mão. Meu pensamento é menos profundo, mais rápido e me explico.
Houve um dia, o pior de todos, que ele voou de cima do sofá e caiu de testa no chão. Foi a cena mais terrível que pude ver. Um tiquinho de gente, molinho, voando de corpo todo encima de uma testa. Estava ao lado. Ladinho. Não há tempo.
E dou um conselho: caso aconteça com você, feche os olhos e espere.
Pior do que a impossibilidade de ajudar é ver acontecer.
O registro, a imagem é uma crueldade.
Às marcas.
É bom demais perceber que ele não vai acumular galos, roxos, cortes, mordidas de bichos, picadas, o roxo do dedo preso...
É a mais forte, visível e idiota sensação de eternidade.

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