sábado, 19 de junho de 2010

pela lei natural dos encontros eu deixo e recebo um tanto

Tenho agoniado de vontade de escrever, qualquer coisa.
Tenho sentido vontade de às vezes sair, ir viajar, encontrar gente legal.
Tenho vontade de filmar umas coisas, editar.
Tenho também vontade de arrumar a casa toda, pintar as paredes, comprar as coisas que sinto falta, arrumar a máquina de lavar, trocar a geladeira, a cama, limpar a persiana, colocar adesivo no quarto dele.
Também dá vontade de pensar em uma casa, carregar a gente prum chão.
Ter um cachorro.
Dá vontade de ficar até tarde acordada.
Trabalhar nas coisas que posso sozinha aqui.
E também a vontade de paciência e tempo pras coisas acontecerem.
Dormir.
Me deixar dormir.
Sentir esse controle da vida certa, planejar coisa por coisa.
Ter calma.
Recusar.
Deixar as coisas irem.
Assistir filme entre nove e onze horas.
Ler pra saber.
Ficar em silêncio.
Deitar e passar por coisas que imagino pra sensação de ter vivido.
Chamar a Fátima em agosto.
Encontrar a Clara.
Fazer o filme com a Tainah.
Imprimir o livro, lançar.
Editar os vídeos da Cândida.
Arrumar o projeto do Gus.
Tenho inveja dele na Holanda.
Quero andar de barco.
Escrever de outro jeito.
Me achar inteligente.
Fazer a pós.
Voltar no centro espírita.
Estar em primeiro lugar numa lista.
Ter um monte de certeza.
Ir pra casa da minha mãe.
Sentir que está tudo bem.
E as vontades sempre aí.
Aqui especialmente.
Especialmente aqui.

3 comentários:

tainah disse...

e eu sei que o mundo é um fluxo sem leito e é só no oco do seu peito que corre um rio.

Marcos Braz disse...

Ufa! Finalmente... Algo!

..bom...

Poesia a Metro disse...

muito bom, mari!
amei... muito inspirada e inspiradora.

beijo!