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terça-feira, 20 de janeiro de 2009


Hoje foi mais um dia que passou por cima de mim.
Diversos ônibus pra alcançar o rabo do tempo.
Algo que eu gosto muito nesses dias. Dos ônibus.
Um momento de ficar olhando a cidade, pensando alguma coisa.
Na maior parte coisa nenhuma.
Em alguma dessas viagens pensei bastante em algo pra escrever. O que poderia me fazer escrever.
Eu escrevo a maior parte das coisas pra dizer alguma coisa que eu queira e não consigo ou não posso.
Como o dia foi um desses que atropelam, cheguei em casa tarde.
Chegar em casa é um dos maiores prazeres.
Chegar em casa depois de um desses dias sem almoço.
Chegar em casa depois de um dia assim, com um sol desse de fechar o olho.
Chegar em casa, encontrar meu melhor filho sorrindo de boca inteira é de lascar, de fechar o olho, dos maiores prazeres!
Escrever agora uma da manhã sobre ele que não me deixa escrever.
UM ano!
Já faz um ano que a gente convive, negocia, fecha acordos, surpreende.
Faz hoje, dia 21, UM ano que vivi momentos que lembro com som, lembro o cheiro.
O ritmo do meu corpo era outro. O pensamento não achava espaço.
Ou se achava era uma pequeneza.
O corpo agia, sem parar. Bicho.
Meu menino faz UM ano.
Se movimenta pela casa, fala algumas coisas, gargalha, encara, entende a malícia, o suspense e tudo que a gente conversa com ele.
Chora grosso.
Conhece Curitiba, Campinas, Toledo, Foz e Umuarama. Rio Bonito de Cima. O rio, o mar, a piscina do prédio da madrinha.
A escola também.
Minha criança tem um olho de enlouquecer, um sorriso de boca inteira.
Quase todos os dentes que a idade deixa.
A pele parece brincadeira e o tamanho de quatro gavetas.
Largou o peito, a chupeta.
É cuidadoso. Só come o que cabe na boca.
Meu filho é outro caminho.
É o caminho que é pra todos os lados.
Bate palma, filho!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

sem nada melhor a dizer


Tendo um filho pequeno, de 11 meses, passei por alguns momentos diferentes que me deram uma mesma sensação.
É maravilhoso perceber que ele é diferente de tudo que adquirimos.
Portas, apartamento, carro, bolsa, roupa, avental, lençol, tesoura.
Tudo, tudo que adquirimos acumula marcas e acaba.
Dancei no pensamento.
Meu filho faz também esse caminho.
Não quero abrir mão. Meu pensamento é menos profundo, mais rápido e me explico.
Houve um dia, o pior de todos, que ele voou de cima do sofá e caiu de testa no chão. Foi a cena mais terrível que pude ver. Um tiquinho de gente, molinho, voando de corpo todo encima de uma testa. Estava ao lado. Ladinho. Não há tempo.
E dou um conselho: caso aconteça com você, feche os olhos e espere.
Pior do que a impossibilidade de ajudar é ver acontecer.
O registro, a imagem é uma crueldade.
Às marcas.
É bom demais perceber que ele não vai acumular galos, roxos, cortes, mordidas de bichos, picadas, o roxo do dedo preso...
É a mais forte, visível e idiota sensação de eternidade.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

com domingos há

em algum momento do curso ouvi que havia um diário, um registro por
escrito sendo feito.
hoje, depois de ontem ter sido ontem, escrevo.
essa semana recebi um e-mail do luis.
no e-mail havia uma cena do espetáculo do domingos. cena 2. havia uma
letra, acho que a. 2a.
baixei o arquivo e li no corpo do e-mail mariana: vida. glauce: mefisto.
logo em seguida recebi um e-mail da glauce, maaaaari, nós duas. não
poderia ser melhor.
baixado o arquivo. li o texto. beleza. decorar.
enquanto decorava pensava em intenções variadas, movimentos e pensava
que o importante era manter o corpo solto. sempre penso isso. corpo
solto. o corpo tando solto dá pra fazer e desfazer. ficou muito bom.
pena que vocês não viram!
ontem teve curso. as cenas iam sendo feitas. 2a. glauce e marina.
marina ou mariana? mariana.
ia ser muito bom.
corpo solto.
concentra.
glauce entra. legal!
é a vez de dizer.
não soltou.
domingos fala, tem outra vez a cena.
o corpo esquisitíssimo.
entra na da glauce!
puta de vida.
não foi.
próxima cena. acho que 2b.
intervalo. um café.
algumas cenas depois. domingos fala.
domingos é aquela pessoa que de vez em quando acho que tá de bobeira,
não tá muito ligado.
domingos também é uma pessoa que todas as vezes que penso que ele tá
de bobeira ele tá ligadão.
Ele falou.
incrível.
falou que a gente fica burro em cena. ele sabe simplificar.
não parou não. disse mais.
falou que é pra ter prazer.
só isso.
é ululante
domingos simplifica, diz e a gente escuta.
depois fomos tomar uma cervejinha. de leve. no bar aqui perto. tem
nome o bar. tava cheio e fomos pro pé-sujo das linguiças.
há 9 meses e meio não bebo uma cerveja assim, sem hora.
tem festa, diz janaína.
estou no carro do marwin indo pra festa. há 9 meses e meio.
aleta me abraça por saber que tenho um filho. aleta é a vida.
luis me acorda. aleta e marwin. são dez da manhã. há 9 meses e meio.
descemos.
tem uma feira.
eles avisam que estamos na gávea. achava que era ipanema.
beijo neles.
tomo caldo de cana.
pego o 996. niterói.
desço no centro. vou almoçar no mac donald`s. compro uma mac oferta e
um sorvete.
passo mal. não dá pra comer. dou tudo pra um moço que varria o
terminal. ele vai ter que tomar o sorvete antes do sanduíche.
pego ônibus pra casa. durmo.
chego em casa. durmo. meu filho está na escolinha.
acordo quatro da tarde. tomo um banho pra ele não me ver com essa cara.
há nove meses e meio.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

educare



Depois de Tito a gente pensa algumas coisas diferentes. E passa tempo pensando nelas.
Conclui um deles (pensamento) esses dias.
Educar é se construir cada vez melhor.
Não o outro.
O resto é treino, adestramento.
Simbora me melhorar.

sábado, 31 de maio de 2008

< >


As coisas andam me pegando.
Meu filho que é meu filho há apenas 4 meses fala parecido com minha avó que é minha avó há 364.
Não anda também, ele, ela.
Ele tenta.
Ele logo vai, ela logo vai.
><

sábado, 5 de janeiro de 2008

nono



só possível sentir tudo isso quem tem você prestes a sair.
que selvageria.
obrigada.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

asas



Quando uma criança era uma criança
Ela andava com seus braços balançando,
queria o córrego pra ser um rio,
o rio pra ser uma torrente,
e uma poça pra ser o mar.

Quando uma criança era uma criança,
não sabia que era uma criança,
tudo era tão cheio de espírito,
e todas as almas eram uma só.

Quando a criança era uma criança
não tinha opinião a respeito de nada,
não tinha hábitos
e sentava-se sempre de pernas cruzadas,
descansando de uma corrida
e tinha o cabelo lambido
e não fazia poses na hora da fotografia.

Quando a criança era uma criança
era a época destas perguntas:
Por que eu sou eu e não você?
Por que estou aqui, e por que não lá?
Quando foi que o tempo
começou, e onde é que o espaço termina?
A vida debaixo do sol não é só um sonho?
Aquilo que eu vejo e escuto e cheiro
não é só uma ilusão de um mundo de antes do mundo?
Considerando-se o mal e as pessoas.
A maldade realmente existe?
Como pode aquilo que sou, quem eu sou,
não ter existido antes que eu viesse a ser,
e que algum dia, eu, quem eu sou,
não serei mais quem eu sou?

Quando uma criança era uma criança,
Mastigava espinafre, ervilhas, bolinhos de arroz,
e couve-flor cozida,
e comia tudo isto não somente porque precisava comer.

Quando uma criança era uma criança,
Uma vez acordou numa cama estranha,
e agora faz isso de novo e de novo.
Muitas pessoas, então, pareciam lindas
e agora só algumas parecem, com alguma sorte.
Visualizava uma clara imagem do Paraíso,
e agora no máximo consegue só imaginá-lo,
não podia conceber o vazio absoluto,
que hoje estremece no seu pensamento.

Quando uma criança era uma criança,
brincava com entusiasmo,
e agora tem tanta excitação como tinha,
porém só quando pensa em trabalho.

Quando uma criança era uma criança,
Era suficiente comer uma maçã, uma laranja, pão,
E agora é a mesma coisa.

Quando uma criança era criança,
amoras enchiam sua mão como somente as amoras conseguem,
e também fazem agora,
Avelãs frescas machucavam sua língua,
parecido com o que fazem agora,
tinha, em cada cume de montanha,
a busca por uma montanha ainda mais alta,e em cada cidade,
a busca por uma cidade ainda maior,
e ainda é assim,
alcançava cerejas nos galhos mais altos das árvores
como, com algum orgulho, ainda consegue fazer hoje,
tinha uma timidez na frente de estranhos,
como ainda tem.
Esperava a primeira neve,
Como ainda espera até agora.

Quando a criança era criança,
Arremessou um bastão como se fosse uma lança contra uma árvore,
E ela ainda está lá, chacoalhando, até hoje.

Handke

--

te amo sempre mais!
Como?

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Ti (to)


A impressão é de que você sempre esteve aí.
E que pra sempre vai estar.
Um órgão livre e expressivo que comove o corpo maior.

Dizem que sete meses é pouco pra dizer "te amo".
Espero seus olhos.