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segunda-feira, 18 de maio de 2009

preciso falar de nós

Gostaria de escrever este texto de um tamanho que sei que não vou conseguir, incompetência.
Pra dizer sobre o que ocupa todas as primeiras sensações e desejos e amor.
Meu vizinho ouve Caetano tão alto que pode acordar meu filho.
Esse som alto me faz torção embaixo do peito. E por cima. Por onde sai a voz.
Não tem problema acordar.
Queria saber berrar.
Como Caetano.
.
Há alguns oito anos atrás um encontro definitivo.
Esbarrão pra outra cidade, trabalho, projetos, amigos, família, casa e um filho, o mais bonito de todos.
Num tropeço virtual deixei uma casa com tudo que tinha e vim em duas mochilas.
E vieram todos os momentos, do mais leve ao pancadão.
O que nos faz querer coisas.
Umas que nos encontram outras que precisamos encontrar.
Próximos e reformulando, criando possibilidade que temos.
A resposta não está na ponta da língua.
Nem as sensações são claras.
O ideal é que faz parar.
A idéia do fracasso.
A mentira do fim.
E cada instante é um.
Com a insegurança animal que aumenta e faz querer esquecer o que nos trouxe aqui.
A gente arrisca no caminho errado com a certeza de poder errar.
Na quantidade de direção que podemos, sem ver agora quase nenhuma.
Difícil deixar a sombra.
Na gente todas as dores.
O olho que fecha e faz andar.
Com pouco mais de duas mochilas.
A marca mais funda.
A vida não é tão fácil.
A gente pode cair.
Não é logo ali que termina.
Nosso caminho é imenso.
Mais claro que parece agora.
Carrego o peso da certeza.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

o romance

e de repente foram oito anos.
existem as teorias quanto ao tempo.
eu não tenho nenhuma.
fracasso em teorias.
faço as minhas, muito medianas, me sinto um gênio.
não quero falar das teorias, talvez um pouco do tempo.
mas o assunto aqui é outro.
difícil enxergar coisas quando se mora junto há sete anos.
sempre me cobro.
esfrego os olhos, enxugo bem a orelha, abro e fecho a boca, a língua pra fora e volto a te ver.
nossa possibilidade surgiu há, claro, oito anos atrás.
eu em curitiba, ele, niterói.
2000.
fui na casa da minha mãe no interior e minha irmã lá viciada em internet.
minha nossa. foi fascinante a experiência.
voltei pra curitiba em delírio.
pedia de presente a um amigo. passar a madrugada na casa dele.
tudo na madrugada.
pagava um pulso só.
Ainda na casa da minha mãe, esqueci de dizer, entrei na sala de bate-papo.
cinema.
juliette binoche.
comecei a entender também que não era tudo fantástico.
na sala de cinema não soava nem disney.
teve uma discussão. eu me meti.
logo amello veio me dizer em segredo. não, não é esse o têrmo. reservadamente. isso.
concordo com você. e gostava do meu nome. não mariana. juliette que ele gostava.
não dava pra ficar mais.
ele e eu estávamos conhecendo aquilo ali. já detestamos.
trocamos e-mail. nos falamos depois. beijo. beijo.
aí sim. curitiba de volta.
ia sempre na federal, num laboratório de informática.
não sei se sabiam que não era aluna.
a gente começou a escrever e-mail. cada vez maiores.
não era aluna.
eu tinha um namorado. marcelo.
bonito o marcelo. gostava dele.
felipe (amello) tinha uma namorada. bonita. gostava dela.
ele, não eu.
ele há dois anos.
eu há meses.
marcelo tentou gostar de mim.
gostava do que eu era não de mim.
um tanto distante. mas divertido.
uma noite saí sem ele. distante.
do bar barulhento liguei no telefone que ele me deu. ele, felipe.
era tarde. tinha bebido. não existe o tempo depois de beber.
uma teoria.
ele atendeu. tinha bebido, ele também.
acabei de chegar.
ficamos falando alto e escancarados. a primeira vez que a gente se ouvia.
depois disso o telefone foi caro.
bom falar.
uma noite não dormi. dormi mas acordei.
o sono não voltava. virei. virei. peguei colchão, levei pra sala, virei, não vinha.
voltei o colchão pro quarto.
minha mãe liga.
meu pai muito doente.
doente ou morreu?
morreu.
viagem pra lá.
lipe me liga.
nos falamos no dia.
indo ver meu pai.
curitiba de volta. trabalho não tá moleza.
marcelo e eu nos afastamos. eu gostava dele.
ano dureza.
fui pra são paulo com a déa. ela conhecia lipe. como eu, no telefone.
liguei pra ele. ele tinha uma idéia. a idéia e a coragem que a idéia precisava.
passar o fim do ano juntos.
no rio de janeiro. com lipe, amello, da sala de cinema, do bate-papo, que gosta da juliette binoche, e teve uma idéia e a coragem que a idéia precisava.
rodoviária novo rio, 29 de dezembro de 2000.
faz sentido estar viva.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

favo rito



Construo quando surpresa
amo
sou o som satisfeito de ser
sou caso inteiro
força quente que abastece
os olhos estão ricos
a mão é sempre mais
sem limite você
não conheço nunca seu fim
a corrida parece sempre estar na próxima volta.

23/09/07